Resenha: Unintended - Kyra Lennon

Sinopse:

Ele é muito jovem. Ela está muito machucada. Mas desde quando o amor segue as regras?

Evie

Do lado de fora, parece que tenho vida resolvida. Um lugar para morar e um negócio de sucesso certamente podem esconder muito, ou seja, as cicatrizes que permanecem de tudo o que perdi.

A verdade? Sou um coração despedaçado embrulhado em uma concha ambulante de ansiedade.

Até ele aparecer.

Ash

O abuso ocorre de várias formas, mas quem acreditaria em mim se eu dissesse que estava sofrendo nas mãos da mulher que amo? Sei que preciso sair, mas não tenho forças.

Até ela aparecer.

Quando duas almas quebradas colidem, podem elas ajudar a curar uma à outra, ou suas bordas irregulares servirão apenas para tornar suas feridas mais profundas? Quando tudo o que conheceram foi dor, eles finalmente encontrarão a paz em um amor tão involuntário?

Para seguir em frente com sua vida depois de seu divórcio, Evie planeja metas a serem cumpridas. Uma delas é ir em um show de rock, algo que dá um pouco errado por ela começar a ter um ataque de pânico. É nesse local que ela conhece Ash, que oferece apoio enquanto ela se recupera da crise.

Ash é um homem com a autoestima abalada. Ele vive em um relacionamento de abusos com sua namorada e utiliza os shows como sendo seus únicos momentos de paz e livre de palavras maldosas e agressões. Num desses shows, enquanto está desiludido da vida, ele encontra Evie, que lhe oferece companhia por algumas horas e sua amizade.

Eles trocam contatos e história deles então começa, com Evie sendo o ombro amigo de Ash, enquanto ele se torna consciente dos abusos que sofre e ganha forças para se defender e se afastar da namorada com quem divide a casa.

A história traz uma melancolia grande, pois ambos os personagens vivem conflitos grandes internamente. Evie com sua mágoa pelo divórcio e suas perdas pessoas, Ash com seu estado depressivo e sua solidão por ter se afastado dos amigos pela namorada e por viver um inferno particular ao lado dela, que a cada dia faz com que sua essência fique mais apagada.

"Ash me lembrou que eu ainda podia sentir. Mesmo que esse sentimento fosse dor das minhas próprias memórias. Eu passei tanto tempo com elas presas, que eu comecei a acreditar que não tinha mais emoções sobrando. Que talvez eu nunca iria sentir novamente. E embora essas emoções machucassem, elas me lembravam que eu estava, de fato ainda viva. Ainda respirando. E que haveria vezes que eu poderia sorrir. "

O mais interessante do livro é que aqui o abuso fica por conta de uma mulher e é totalmente crível como se desenvolve e como ele reage à personalidade abusiva da namorada, suas chantagens emocionais e os medos dele em irritá-la a ponto de sofrer as consequências.

Só acho que faltou um pouco mais de romance entre eles, a química de Ash e Evie é perfeita e só no capítulo final é que eles se dão conta que a paixão que sentem um pelo outro é correspondida. Achei uma pena, poderia ter tido mais. E também não gostei da namorada ressurgir e ainda ter poder de machucá-lo, não gosto de histórias que utilizam esse tipo de retorno onipotente de personagens, rsrs.